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terça-feira, 16 de outubro de 2012

As Canções Infantis

As Canções Infantis

Agora, só para descontrair, mas repensando sobre nossas práticas culturais e o que elas podem estimular desde a tenra idade. – e-mail anônimo

            Eu, uma brasileira morando nos EUA, para ajudar no orçamento. Estou fazendo um “bico” de babá e estudante. Ao cuidar de uma das meninas de quem eu “teoricamente” tomo conta, uma vez cantei “Boi da Cara Preta” par ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pedia para cantar ao coloca-la para dormir. Antes de adotarmos o “boi, boi, boi” como canção de ninar, a canção que cantávamos (em inglês) dizia algo como: “Boa noite, linda menina, durma bem. Sonhos doces venham para você, sonhos doces por toda a noite”... (que lindo, né mesmo?!) Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras em português, a música “Boi, boi, boi da cara preta” queriam dizer em inglês:
“Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de carreta...” (???) Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a musica “boi da cara preta” era uma ameaça, era algo como “dorme logo, senão o boi vai te comer?” Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incitava um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina? Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis , pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite... Que tal “nana neném que a cuca vai pegar...? Caramba...outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto! (agora vem a parte mais exagerada do texto) depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil. O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma autoestima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa. (agora, de volta a parte mais plausível do texto). Por que isso acontece? Trauma de infância! Trauma causado pelas canções de infância . Vou explicar: nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias desde o berço! Por isso lavamos tanta “porrada” da vida e ficamos quietos.

Exemplificarei minha tese:
 
“Atirei o pau no gato-to
Mas o gato-to não
morreu-reu-reu
Dona chica-ca
admirou-se-se
Do berro, do berro que
o gato deu Miiiau!

Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito com os animais (pobre gato) e crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo da mulher sob a alcunha de “D. Chica”. Uma vergonha!




  “Eu sou pobre, pobre, pobre.
   De maré, maré, maré
   Eu sou pobre, pobre, pobre.
   De maré de si
   Eu sou rica, rica, rica.
   De maré, maré, maré
   Eu sou rica, rica, rica.
   De maré de si



Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!! É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho cabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carinho de plástico ... Fala sério!!!




Marcha Soldado,
cabeça de papel!
                Quem não marchar direito.
        Vai preso pro quartel.”







De novo: ameaça. Ou obedece ou você vai ver... Não é atoa que brasileiro admite tudo de cabeça baixa...


“A canoa virou.
Foi deixar ela virar
Foi por causa da
(nome da pessoa) que
não soube remar.”














Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são incentivadas a dedurar e condenar semelhantes


                        “Samba-lê-lê tá doente,
               tá com a cabeça
                                     quebrada
                       Samba-lê-lê precisava,
                             é de umas boas
                                   palmadas”




A pessoa, conhecida como Samba-lê-lê, encontra-se com a saúde debilitada, necessita de cuidados médicos mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas!
 



"O anel que tu me destes
era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
era pouco e se acabou”




Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio?
 

"O cravo brigou com a rosa 
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido 
e a rosa despedaçada
O cravo ficou doente 
a rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio 
a rosa pôs-se a chorar.”

Desgraça. Desgraça, só desgraça!!! E ainda incita a violência conjugal! (releia a primeira estrofe).


Precisamos lutar contra essas lembranças, meus amigos!!!
Nossos filhos merecem um futuro melhor!!!

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