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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dez Competências Para Ensinar


 DEZ COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR


 Vanessa Dorigon
Pedagogia - 3º Semestre

O ato de ensinar deve estar fundamentado em algumas competências que, a princípio parecem simples, porém coloca-las em prática exige muito empenho e perseverança da parte dos profissionais da educação.
Um professor deve ser capaz de “organizar e dirigir as situações de aprendizagem”. Para tanto precisa ter pleno domínio da disciplina lecionada, dos conteúdos que serão trabalhados e estes estarem traduzidos em objetivos de aprendizagem. Não devem ser um conteúdo “morto”, devem fazer sentido na aprendizagem e possuir um objetivo a ser alcançado. Os conhecimentos não podem ser “pesos intelectuais”, precisam ampliar os conhecimentos abrindo novos horizontes. O professor deve utilizar os erros dos alunos como ferramenta de ensino. Os conteúdos escolares deveriam ser trabalhados a partir dos erros e dúvidas dos alunos. É muito mais lógico reparar erros do que trabalhar com conteúdos que não se têm dificuldade: quando vemos o que erramos e, principalmente, por que erramos, nunca mais esquecemos a resposta certa. Deve-se sequenciar o processo de ensino e planejar dispositivos de ensino. Sequenciando os conhecimentos, o ensino se organiza tornando-se lógico e compreensível. Os dispositivos didáticos são ferramentas valiosas e no processo educacional devem ser usados em abundância e em grande variedade. O professor deve aguçar o lado pesquisador do aluno, tornando-o produtor de conhecimentos. Não dar todas as informações é um valioso meio de ensino: quando os alunos buscam os conhecimentos, estes se tornam significativos. A vontade de aprender dos alunos deve ser trabalhada todos os dias em sala de aula, envolvê-lo ativamente no processo de ensino é um meio possível.
Um professor deve “administrar a progressão da aprendizagem”. O processo de ensino evolui gradualmente, indiferente à velocidade em que anda. Cabe ao professor administrar os conhecimentos de acordo com as possibilidades dos alunos, adquirindo uma visão longitudinal do que pretende alcançar. Para progredir no processo de ensino é muito importante que se faça uma ligação com os conteúdos já aprendidos, pois, se os conhecimentos anteriores foram bem trabalhados os próximos serão mais bem aceitos e compreendidos. No que se diz respeito à avaliação, o professor deve avaliar o aluno durante o processo de aprendizado e não apenas nas provas; para tomar decisões de progressão nos conteúdos, o deve fazer verificações periódicas das competências desenvolvidas pelos alunos.
Um professor deve “conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação”. O ambiente escolar é povoado pelas especificidades de cada pessoa, em uma sala de aula, por exemplo, podemos encontrar representantes de várias religiões e culturas, necessidades e dificuldades. Cabe ao professor administrar essas características em benefício da aprendizagem. As diferenças de pessoa para pessoa devem estar presentes também na gestão da sala de aula: é muito comum e eleição de representantes de turmas para garantir a participação dos alunos nas decisões escolares, como a sala de aula é um meio social menor, torna-se possível ouvir a todos os alunos, deste modo amplia-se o conceito de gestão de classe onde professores e alunos tomam decisões conjuntas. As especificidades não se prendem a cultura e a religião, a cada dia, mais alunos com necessidades especiais integram-se ao ambiente escolar. O professor deve promover a convívio entre os alunos ditos “normais” e os “especiais”, se convivermos tranquilamente com portadores de necessidades especiais, isto é, saber como tratá-los e atendê-los, mais simples será o processo de integração dos mesmos na sociedade. Envolver os alunos no mundo de uma criança especial torna o processo de aprendizagem rico e, além disso, contribui para a formação do caráter e dos juízos das crianças. Para maximizar esta competência, deve-se desenvolver a cooperação entre os alunos e o professor e promover formas de ensino mútuo entre os alunos, como aulas extraclasses para que ajudem a resolver os problemas uns dos outros.
Um professor deve “envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho”. Integrar os alunos no processo de ensino como agentes ativos do conhecimento deve ser preocupação do professor. É importante que o professor ajude seu aluno a entender por que ele vem à escola (que não é apenas para passar num vestibular), fazer com que ele compreenda a ligação do que ele aprende em sala de aula e sua aplicabilidade, transformá-lo em um engenheiro de ideais, um ser ativo e pensante, ou seja, transformá-lo no construtor de sua história pessoal. Integrando os alunos nas decisões escolares cumpre-se a meta de envolvê-los nas próprias aprendizagens.
Um professor deve “trabalhar em equipe”. O professor não pode deter para si mesmo todo o processo de ensino, ele necessita da ajuda dos colegas, do diretor e dos alunos para que seu trabalho obtenha êxito. Os professores devem elaborar um projeto com pontos em comum onde um possa contribuir com o outro durante o processo de ensino, seria a interdisciplinaridade em todos os sentidos. O trabalho em grupo também deve envolver as decisões e resoluções de problemas da escola, dos professores e dos alunos.
Um professor deve “participar da administração da escola”. A administração não se detém ao diretor. Geralmente o professor é o que melhor conhece as deficiências vivenciadas pela instituição escolar já que está em constante contato com os alunos e suas necessidades. A administração deve levar em conta o olhar dos alunos, já que eles são os verdadeiros “clientes” da escola.
Um professor deve “informar e envolver os pais”. Os pais geralmente atribuem à escola a total responsabilidade quanto ao ensino e educação de seus filhos, a os professores acabam aceitando esta realidade. Os professores devem informar aos pais de seus alunos, mesmos que não sejam procurados, como estes se encontram. Envolver os pais é mais complicado. Como é de praxe poucos pais participam da escola dos filhos, quando muito, vem receber, quando vem, os resultados finais. Alguns pais não vêm à escola por causa da atitude de alguns professores que se resumem a reclamar e mostrar o lado negativo do aluno. Os pais devem ser requisitados para participar de atividades diferentes de reclamações e entregas de resultados.
Um professor deve “utilizar novas tecnologias”. Estamos na era digital. Nada mais justo do que a educação estar de acordo com a realidade tecnológica. Muitas escolas possuem computadores e recursos multimídias, cabe ao professor utilizá-los. A desculpa “eu não sei utilizar o aparelho” não pode ser tolerada. Como professores, devemos estar em constante aprendizado inclusive no quesito tecnológico. Devemos conhecer os recursos tecnológicos e utilizá-los a nosso favor.
Um professor deve “enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão”. Como vive em um ambiente cheio de conflitos cabe ao professor prevenir a violência, a discriminação e o preconceito, e desenvolver o senso de justiça, solidariedade e responsabilidade. Desenvolver a ética é mais complicado do que ensinar teorias matemáticas. Como formador de cidadãos o professor deve constituir-se um modelo a ser seguido.
Um professor deve “administrar sua própria formação continuada”. Só porque terminamos a graduação não quer dizer que já sabemos tudo o que é preciso para lecionar. Depois de formado a única coisa que um professor não deve fazer é: parar de estudar e para de se aperfeiçoar. O professor deve participar das formações continuadas, envolver-se nas tarefas de ensino, no sistema educativo. O professor deve fazer um balanço das suas práticas e conhecimentos reconhecendo onde precisa melhorar, e ir atrás das melhorias.

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