DEZ COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR
Vanessa Dorigon
Pedagogia - 3º Semestre
O ato de ensinar deve
estar fundamentado em algumas competências que, a princípio parecem simples,
porém coloca-las em prática exige muito empenho e perseverança da parte dos
profissionais da educação.
Um professor deve ser
capaz de “organizar e dirigir as
situações de aprendizagem”. Para tanto precisa ter pleno domínio da
disciplina lecionada, dos conteúdos que serão trabalhados e estes estarem
traduzidos em objetivos de aprendizagem. Não devem ser um conteúdo “morto”,
devem fazer sentido na aprendizagem e possuir um objetivo a ser alcançado. Os conhecimentos
não podem ser “pesos intelectuais”, precisam ampliar os conhecimentos abrindo
novos horizontes. O professor deve utilizar os erros dos alunos como ferramenta
de ensino. Os conteúdos escolares deveriam ser trabalhados a partir dos erros e
dúvidas dos alunos. É muito mais lógico reparar erros do que trabalhar com
conteúdos que não se têm dificuldade: quando vemos o que erramos e,
principalmente, por que erramos, nunca mais esquecemos a resposta certa. Deve-se
sequenciar o processo de ensino e planejar dispositivos de ensino. Sequenciando
os conhecimentos, o ensino se organiza tornando-se lógico e compreensível. Os
dispositivos didáticos são ferramentas valiosas e no processo educacional devem
ser usados em abundância e em grande variedade. O professor deve aguçar o lado
pesquisador do aluno, tornando-o produtor de conhecimentos. Não dar todas as
informações é um valioso meio de ensino: quando os alunos buscam os
conhecimentos, estes se tornam significativos. A vontade de aprender dos alunos
deve ser trabalhada todos os dias em sala de aula, envolvê-lo ativamente no
processo de ensino é um meio possível.
Um professor deve “administrar a progressão da aprendizagem”.
O processo de ensino evolui gradualmente, indiferente à velocidade em que anda.
Cabe ao professor administrar os conhecimentos de acordo com as possibilidades
dos alunos, adquirindo uma visão longitudinal do que pretende alcançar. Para
progredir no processo de ensino é muito importante que se faça uma ligação com
os conteúdos já aprendidos, pois, se os conhecimentos anteriores foram bem
trabalhados os próximos serão mais bem aceitos e compreendidos. No que se diz
respeito à avaliação, o professor deve avaliar o aluno durante o processo de
aprendizado e não apenas nas provas; para tomar decisões de progressão nos
conteúdos, o deve fazer verificações periódicas das competências desenvolvidas
pelos alunos.
Um professor deve “conceber e fazer evoluir os dispositivos
de diferenciação”. O ambiente escolar é povoado pelas especificidades de
cada pessoa, em uma sala de aula, por exemplo, podemos encontrar representantes
de várias religiões e culturas, necessidades e dificuldades. Cabe ao professor
administrar essas características em benefício da aprendizagem. As diferenças
de pessoa para pessoa devem estar presentes também na gestão da sala de aula: é
muito comum e eleição de representantes de turmas para garantir a participação
dos alunos nas decisões escolares, como a sala de aula é um meio social menor,
torna-se possível ouvir a todos os alunos, deste modo amplia-se o conceito de
gestão de classe onde professores e alunos tomam decisões conjuntas. As
especificidades não se prendem a cultura e a religião, a cada dia, mais alunos
com necessidades especiais integram-se ao ambiente escolar. O professor deve
promover a convívio entre os alunos ditos “normais” e os “especiais”, se
convivermos tranquilamente com portadores de necessidades especiais, isto é,
saber como tratá-los e atendê-los, mais simples será o processo de integração
dos mesmos na sociedade. Envolver os alunos no mundo de uma criança especial
torna o processo de aprendizagem rico e, além disso, contribui para a formação
do caráter e dos juízos das crianças. Para maximizar esta competência, deve-se desenvolver
a cooperação entre os alunos e o professor e promover formas de ensino mútuo entre
os alunos, como aulas extraclasses para que ajudem a resolver os problemas uns
dos outros.
Um professor deve “envolver os alunos em suas aprendizagens e
em seu trabalho”. Integrar os alunos no processo de ensino como agentes
ativos do conhecimento deve ser preocupação do professor. É importante que o
professor ajude seu aluno a entender por que ele vem à escola (que não é apenas
para passar num vestibular), fazer com que ele compreenda a ligação do que ele
aprende em sala de aula e sua aplicabilidade, transformá-lo em um engenheiro de
ideais, um ser ativo e pensante, ou seja, transformá-lo no construtor de sua
história pessoal. Integrando os alunos nas decisões escolares cumpre-se a meta
de envolvê-los nas próprias aprendizagens.
Um professor deve “trabalhar em equipe”. O professor não
pode deter para si mesmo todo o processo de ensino, ele necessita da ajuda dos
colegas, do diretor e dos alunos para que seu trabalho obtenha êxito. Os
professores devem elaborar um projeto com pontos em comum onde um possa
contribuir com o outro durante o processo de ensino, seria a
interdisciplinaridade em todos os sentidos. O trabalho em grupo também deve envolver
as decisões e resoluções de problemas da escola, dos professores e dos alunos.
Um professor deve “participar da administração da escola”.
A administração não se detém ao diretor. Geralmente o professor é o que melhor
conhece as deficiências vivenciadas pela instituição escolar já que está em
constante contato com os alunos e suas necessidades. A administração deve levar
em conta o olhar dos alunos, já que eles são os verdadeiros “clientes” da
escola.
Um professor deve “informar e envolver os pais”. Os pais
geralmente atribuem à escola a total responsabilidade quanto ao ensino e
educação de seus filhos, a os professores acabam aceitando esta realidade. Os
professores devem informar aos pais de seus alunos, mesmos que não sejam
procurados, como estes se encontram. Envolver os pais é mais complicado. Como é
de praxe poucos pais participam da escola dos filhos, quando muito, vem
receber, quando vem, os resultados finais. Alguns pais não vêm à escola por
causa da atitude de alguns professores que se resumem a reclamar e mostrar o
lado negativo do aluno. Os pais devem ser requisitados para participar de
atividades diferentes de reclamações e entregas de resultados.
Um professor deve “utilizar novas tecnologias”. Estamos
na era digital. Nada mais justo do que a educação estar de acordo com a
realidade tecnológica. Muitas escolas possuem computadores e recursos
multimídias, cabe ao professor utilizá-los. A desculpa “eu não sei utilizar o
aparelho” não pode ser tolerada. Como professores, devemos estar em constante
aprendizado inclusive no quesito tecnológico. Devemos conhecer os recursos
tecnológicos e utilizá-los a nosso favor.
Um professor deve “enfrentar os deveres e os dilemas éticos
da profissão”. Como vive em um ambiente cheio de conflitos cabe ao
professor prevenir a violência, a discriminação e o preconceito, e desenvolver
o senso de justiça, solidariedade e responsabilidade. Desenvolver a ética é
mais complicado do que ensinar teorias matemáticas. Como formador de cidadãos o
professor deve constituir-se um modelo a ser seguido.
Um professor deve “administrar sua própria formação
continuada”. Só porque terminamos a graduação não quer dizer que já sabemos
tudo o que é preciso para lecionar. Depois de formado a única coisa que um
professor não deve fazer é: parar de estudar e para de se aperfeiçoar. O
professor deve participar das formações continuadas, envolver-se nas tarefas de
ensino, no sistema educativo. O professor deve fazer um balanço das suas
práticas e conhecimentos reconhecendo onde precisa melhorar, e ir atrás das
melhorias.
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