A OBRIGAÇÃO DE SUPORTAR
“O ser humano mal
reconhece os demônios de sua criação” (Albert Schweittzer)
No último século o ser humano adquiriu poder
capaz de mudar a natureza e esse poder aumenta gradativamente, chegando a níveis
alarmantes. A mudança é extremamente perceptível com poluição do meio natural e
na impregnação desta nos tecidos vivos, ambas, na maioria dos casos, irreversíveis.
A criação humana mais responsável por essa
contaminação são os produtos químicos. A velocidade com que segue a evolução
humana (novas tecnologias, o progresso em nome do progresso) não permite que a
natureza se ajuste à nova realidade, e isso culmina na degradação exacerbada da
mesma. E mesmo que a natureza conseguisse este feito, seria inútil, pois não
param de surgir novos compostos químicos.
Os inseticidas, por exemplo, precisam ser
aperfeiçoados cada vez mais, pois, como o próprio Darwin explica, a seleção
natural se encarrega de “desenvolver” insetos resistentes a cada tipo de
veneno. Assim, ao invés de eliminarmos uma praga, desenvolvemos uma super
espécie. Na ânsia de produzir cada vez mais em cada vez menos espaço e tempo,
ameaçamos a existência de qualquer forma de vida. Além disso, a importação de
plantas e a aglomeração delas por obra humana prejudicam o ambiente, pois, em
novo local essas não possuem um equivalente que as condicione e quando
aglomeradas, ocasionam a superpopulação de uma ou outra espécie, transformando-a
em praga.
A maioria da população não sabe dos efeitos
reais de tais inseticidas, e, ficando à mercê de sua ignorância, ela o usam
indiscriminadamente. Em uma era dominada pelas indústrias e regida pelo
capitalismo, formamos ecologistas e calamos suas vozes. Discursamos sobre bem da
natureza ao mesmo tempo em que procuramos melhorar os exterminadores. O que é
discursado é admirável, o que é feito, bem, o que é feito mesmo em prol da
natureza?
“Quando a última árvore tiver caído, quando o último
rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.”
(Greenpeace)
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